sexta-feira, 4 de junho de 2010

Lembraças de um cadê.


Queria entender o porquê tudo está assim, tão sem graça, tão sem motivo.
Cadê o motivo que te trouxe ate aqui, cadê as lembranças que sentíamos quando partimos cadê o caminho de volta.
Cadê aquele olhar exuberante, verdadeiro, misterioso.
Cadê aquele sorriso, aquele motivo que me faz escrever. Cadê tudo isso?
Será que só sentimos sentimentos através da dor, da saudade e quando aconchegamos tudo se torna normal.
Cadê aquele sentimento inquestionavel aconchegante, ao mesmo tempo misterioso.
Cadê tudo isso? Porque agora se torna tudo tão normal, e portas fechadas para mudanças.
Cadê tudo isso? Aonde escondo, aonde guardo, aonde deposito, porque os meus, será que estão onde sempre estiveram guardados em um dos meus livros velhos.
E os teus? Aonde estas? Sinto que já não consegue sentir. É desconfortável, e me faz mal.
Quero todas as lembranças de volta, nem que seja pra ficar guardadas, mas quero e preciso da certeza de que elas ainda estão vivas.
Cadê tudo isso? Cadê aquele aperto de mão aconchegado, verdadeiro.
Quero tudo isso de volta, não pra mim, mas pro meu coração. Ele pede, ele deseja, e ao mesmo tempo, não desejas mais.
É sempre assim, tudo está bem, tudo se torna mal.
Todo carinho, toda desilusão. Todo amor, todo ódio. Todo afeto, todo desafeto.
Não quero nada disso pra mim, já não sinto falta, mas meu coração, o meu coração esta com sede de lembranças.
Porque estamos assim? Tudo se tornou tão irreal, e logo percebemos nossa musica nunca mais tocou.
Nunca mais tive tempo de ouvi-la, nunca mais tive tempo de ler nossos textos, nunca mais tive tempo pra toda essa lembrança.


Só hoje tive tempo de lembrar tudo isso, um pequeno conforto através de fotos velhas.
E quando as olhei fundo a fundo, pude perceber que os brilhos de ontem se apagaram no hoje, e tudo isso se tornou insensível, intolerável.
Peguei meu copo de café, o segurei, peguei as fotos dentro da caixa que por coincidência estava lacrada, e a abri.
Olhei fundamente aos olhos, as caras e bocas, tomei o primeiro gole quente, e depois passei pra próxima, olhei fundamente mais uma vez, e nada estava normal, peguei aquele coração guardado e quebrado, tentei concertar, mas ao mesmo percebi que já não há mais tempo.
Tomei outro gole e diante de todo tempo ainda estava quente, mas não o suficiente.
No fundo daquela caixa avia uma carta, um pequeno verso, que dizia "Eu te amo pra sempre" o li, reli, e saiu um sorriso irônico de minha parte, mas confesso não foi há intenção. Veio um pequeno pensamento, porque pra sempre? Porque não o necessário.
Pensamentos passados misturados com pensamentos presentes, e tudo se tornaram confuso, continuei o meu café, ainda quente.
Dentro da caixa ainda avia outra carta, mas uma carta escrita por mim mesma, em meio todo pensamento, com dedicatória, endereço, não sei por que, mas não avia a entregado, magoas passadas. Preferi não ler eu sabia de certo que eram pequenas palavras curtas, e incertas.
Dentro da caixa avia uma pequena caixinha com uma aliança, a olhei profundamente e um pequeno cheiro agradável partir dentro de mim, já estava velha, mas ao mesmo tempo conservada.
Era confuso pra mim, logo pensei em fechá-la e deixá-la guardada, mas algo confortável falou mais alto.
Continue a olhar todas essas lembranças, coisas grandes, coisas pequenas, e ao mesmo tempo mágoas passadas.
Tudo isso se tornou irreal, algo velho. Tomei ultimo gole de meu café já frio, e fechei aquela caixa, e a guardei novamente.
Levantei-me, lavei meu rosto, e certamente pensei "Lembranças são pra serem lembradas, não guardadas"
E voltei pra minha inútil vida que me conforta. Tudo não passou de um pequeno desconforto a me fazer bem.